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Estudantes promovem encontro pelo combate ao assédio nas universidades da região

No próximo Domingo (06), a partir das 14h acontece o Encontro de Coletivos e Movimentos Feministas do Vale do Paraíba, na Casa PSOL, localizada na rua Visconde de Guaratinguetá, nº 173 no centro de Guaratinguetá. A iniciativa é do Coletivo Feminista Enedina Alves Marques EEL-USP e da Frente Feminista de Guaratinguetá, o objetivo do encontro é debater o contexto de violências cotidianas enfrentado pelas mulheres, destacando as vividas no ambiente universitário.

A expectativa é de que 70 pessoas participem do evento, que será aberto ao público em geral com entrada gratuita.

(Harícia de Almeida Souza, da EEL-USP, membra do Coletivo Feminista Enedina Alves Marques).

Fundado em 2015, o Coletivo Enedina atualmente conta com 6 integrantes e tem como principal missão tornar a EEL-USP um lugar mais seguro e acolhedor para as alunas, além de promover o empoderamento feminino e ampliar os horizontes das estudantes universitárias.

A universitária Harícia de Almeida Souza, membra do coletivo há um ano, explica como são divididas as atribuições dentro da entidade estudantil. “O Coletivo Enedina Alves Marques é divido em alguns clãs: Frida, responsável pelas artes visuais e mídias sociais; Rosa Luxemburgo, responsável por administrar o caixa; Margarida, responsável pelos eventos internos e externos e projetos desenvolvidos pelo coletivo, como a semana feminista; CAO, Comissão Anti-Opressão, responsável por, juntamente com as entidades e centros acadêmicos da faculdade, redigir e fiscalizar o regimento das festas e acolher e direcionar vítimas que tenham sofrido assédio ou abuso sexual e estejam vulneráveis; Dandara, responsável pelo acompanhamento e capacitação das membras do coletivo.”

A futura engenheira destacou o modelo de gestão compartilhada do grupo, afirmando que o coletivo possui uma organização horizontal, ou seja, não possui liderança fixa, mas sim rotativa entre as integrantes, todas participam e têm o mesmo peso nas decisões do coletivo, afirma Souza.

(Layde Teixeira de Carvalho, da Frente Feminista de Guaratinguetá)

Também na organização do encontro, a doutoranda Layde Teixeira de Carvalho, representante da Frente Feminista de Guaratinguetá, conta como surgiu a iniciativa: “Devido a um (entre tantos) casos de assédio na universidade, onde foi necessário uma colega de universidade abrir mão da sua formação para que o agressor mantivesse seus estudos, sem sair impune”. E completou:

“Com isso, outros casos foram surgindo, não só na USP como também na UNESP e outras universidades da região, sendo necessário o amparo as colegas de universidade, o apoio e o debate de como devemos tratar tudo isso, e quais ferramentas do governo podemos utilizar para auxiliar na nossa luta”, afirmou Carvalho

Layde ressaltou também a importância da participação das universitárias no encontro: “Esse evento tem uma extrema importância para as universitárias da nossa região, para que possamos nos unir e lutar contra o assédio na universidade, além de nos informar e amparar quanto às medidas para que essa luta possa atingir um resultado justo com as vítimas de assédio”.

Quando o assunto é a forma que as universidades deveriam abordar tais temáticas, as acadêmicas citam a abertura para o diálogo e o trabalho em rede. “É necessário que haja primeiramente um protocolo de acolhimento das vítimas, também de investigação dos casos, aplicando as devidas punições aos agressores. Para isso, é necessário que a universidade trate os casos com a seriedade e o respeito que isso merece, visando a maior segurança no campus, informações e orientações aos alunos”, destacou Layde Teixeira.

(Foto de arquivo do Coletivo Enedina, Roda de Conversa sobre Segurança dentro da EEL-USP)

Por sua vez, Harícia revela que somente as ações do coletivo não são suficientes para atender as demandas das alunas: “O Coletivo, por si só, não consegue abraçar todas as demandas e não tem suporte para lidar com muitas situações, uma vez que ele é formado também por alunas da universidade. Assim, se faz necessária também a criação de uma comissão capaz de acolher os estudantes quando casos de assédio acontecerem”.

Ainda sobre a atuação do Enedina, a jovem Harícia ressalta “Parafraseando a filósofa e ativista Angela Davis, nós não estamos aceitando as coisas que não podemos mudar, mas sim mudando as coisas que não podemos aceitar. O coletivo feminista está tentando mudar o que há muito tempo já é inaceitável, como os diversos assédios e violências que permeiam o ambiente acadêmico”.

E, aí tá rolando alguma coisa legal na sua faculdade? Conta pra gente, vai!

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