“Companheira, me ajude, pois não posso andar só. Sozinha ando bem, mas com você ando melhor.” A frase foi entoada por um grupo de mulheres que participaram do Encontro de Coletivos e Movimentos Feministas do Vale do Paraíba no último domingo (06) em Guaratinguetá.
O encontro reuniu cerca de 20 mulheres e teve a presença de um homem. Entre os participantes, havia representantes da Frente Feminista de Guaratinguetá, Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (ADUSP), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Lorena), Movimento RUA, Coletivo Ubuntu EEL-USP e Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres (CMDDM Lorena). Durante o encontro, as alunas saíram com uma série de encaminhamentos e serão orientadas por advogadas, professoras, assistentes sociais e psicólogas.
A estudante de engenharia química, Maria Clara Assis Viana, que faz parte do Coletivo Enedina Alves Marques, avaliou o encontro como extremamente produtivo. “O Encontro foi extremamente produtivo para nós. Estar em contato com mulheres engajadas de fora da bolha da Universidade foi essencial para elucidarmos desafios que até então eram novos e difíceis para o Coletivo lidar sozinho”, completou dizendo: “Ouvir mulheres que já estão na luta há mais tempo, trocar experiências com feministas de outras áreas e outras vivências nos trouxe muita esperança e conforto, além de um apoio essencial na luta contra o assédio na USP, que era nossa pauta principal.”
Também responsável pela organização do evento, a Historiadora Géssica Régis, representante da Frente Feminista de Guaratinguetá, afirmou que “Foi um primeiro passo muito importante para articular iniciativas conjuntas na região que visam o fortalecimento do feminismo e a luta contra assédios e violência contra nós mulheres”. Sobre os encaminhamentos após o evento, Régis contou que a Frente Feminista seguirá apoiando as alunas, “Vamos realizar algumas ações que envolvem campanha na EEL contra o Assédio a mulheres no campus, bem como seguir as articulações.”
Sobre a possibilidade de articulação com estudantes das demais universidades de Lorena e região, as universitárias da USP consideram pensar em uma comissão intersetorial. “O próprio evento foi um ótimo exemplo de como a troca de experiências é essencial para a construção de novos projetos e novas maneiras de transformar a sociedade. Conhecer a realidade de outras universidades é um primeiro passo para realizarmos uma mudança estrutural e cultural na Academia brasileira como um todo, uma vez que ela ainda hoje é um ambiente masculino, branco, cisheteronormativo e, principalmente, machista”, destacou Maria Clara.
E, aí tá rolando alguma coisa legal na sua faculdade? Conta pra gente, vai!